Hemorragia Auditiva – um fim de semana de shows inesquecíveis – Parte II

Hemorragia Auditiva – um fim de semana de shows inesquecíveis – Parte II

Ainda não me recuperei de ter vivido algumas das melhores experiências musicais da minha vida durante os dias 25, 26 e 27 de Setembro. Já faz quase duas semanas e eu ainda estou tentando seguir em frente. Hoje, o Hemorragia Auditiva é especial sobre o Live Music Rocks, que trouxe para São Paulo alguns dos side shows do Rock in Rio que aconteceram no fim do mês passado e ofereceram momentos épicos com emoções que variaram do ódio encharcado ao completo êxtase. Na segunda parte você fica sabendo mais sobre os eventos.

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25/09 – System of a Down – Arena Anhembi – Nhé

System of a Down é uma banda muito consagrada, mas não faz a minha cabeça. Achei que dar uma chance aos caras e assistir ao show seria uma boa opção, tática que funcionou com o Slipknot. Mas não deu certo.

O setlist gigantesco levou a plateia ao delírio, e dá pra perceber que o quarteto tem todo mundo na mão. Isso ajuda demais o show ter uma outra pegada, porque a entrega do público faz muita diferença pra quem está assistindo. Mas ainda assim, não me conquistou, e olha que eu conheço boa parte das músicas deles. A chuva torrencial não ajudou em muita coisa e minha vontade de ficar até o fim foi zero. Fui embora antes do final.

Mas você que gosta, olha que foda a plateia na chuva cantando junto em Aerials:

27/09 – Mastodon – Arena Anhembi – Um ritual mágico, psicodélico e molhado

Mastodon é uma banda que eu queria muito ver ao vivo. Com todo respeito as outras bandas que estão aí no mainstream há anos, a sonoridade é um negócio de outro nível. Tem uma energia muito louca no som dessa banda; é como se atravessasse o corpo de um jeito diferente. Sim, eu sei que parece idiotice, mas é real.

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Eu tinha certeza que seria uma coisa absurda e se confirmou: um setlist com uma paulada atrás da outra. Uma vontade absurda dos caras de tocar e a plateia muito animada. Que banda, meus amigos. Os primeiros acordes de Thread Lightly foram de arrepiar. Pena que eu cheguei um pouco atrasada por causa do trânsito, mas deu pra pegar o finzinho.

Mas o grande momento do show sem dúvida nenhuma foi a chuva monstruosa que caiu durante a The Motherload. A música, que tem um significado muito otimista, dependendo de como você interpreta. “Dessa vez as coisas vão funcionar direito, se você quiser, você pode ter” fala muito comigo nesse momento da minha vida e é como se a chuva fosse uma confirmação completa. Me senti num ritual mágico. Sério. Provavelmente, foi uma das experiências mais incríveis que vivi em shows até hoje. Veja o momento abaixo:

Como disse a banda no Facebook, a plateia estava tão incendiada que só uma chuva resolveu o problema. Só que exageraram na dose de água e a banda teve que parar na metade, abandonando o palco e frustrando geral. Imaginem vocês que o show parou justamente em uma música chamada Aqua Dementia. RISOS. Imagina quem foi só pra assistir o Mastodon. Mesmo assim o pouco que eles tocaram valeu a pena e deixou todo mundo louco pra assistir de novo. Volta logo, pelo amor de deus, nunca te pedi nada.

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27/09 – Slipknot – Arena Anhembi – Um eclipse violento e dramático

Slipknot, uma banda que eu comecei a gostar depois de velha, especialmente depois de vê-los ao vivo. Não faz o menor sentido, mas não estamos aqui pra explicar e sim para confundir. Assisti os caras no Monsters of Rock de 2013 e, sinceramente, achei que já me bastava aquela vez. Eu queria mesmo era o Mastodon, mas já que a gente tava ali, não custava nada assistir, né?

O grupo de mascarados está em um momento diferente. Eles lançaram o primeiro CD sem o baixista Paul Grey, que morreu, e o icônico baterista Joey Jordison, que se desligou pouco depois do show de São Paulo de 2013. Eles foram substituídos por músicos completamente diferentes mas com alto nível técnico, o que garantiu um retorno de sucesso à sua agressividade original, mas com aspectos dramáticos que eu não tinha visto antes. Hoje em dia existe muita dor no palco do Slipknot, e os shows são uma terapia.

Independente dos fatores de backstage, eles trouxeram um belíssimo espetáculo, com cara de culto ao cabrito do mal. Labaredas de fogo e cabeças de bode por todos os lugares. Realmente, um dos cenários mais bonitos que já vi. A banda, muito competente, meteu porrada atrás de porrada, enlouquecendo o público. As músicas novas são maravilhosas. Um entretenimento de primeira banhado a um eclipse claramente visível, deixando tudo com uma especial cara de fim do mundo. Vale a pena ressaltar que a abertura do show é simplesmente espetacular:

O que tenho pra dizer pra vocês depois de tudo isso

Nunca deixem de viver as coisas que vocês gostam. Nunca. Nem por nada, nem por ninguém. São essas coisas que movem a roda da vida e são nesses dias que as coisas acontecem. As lembranças ficam pra sempre. Sim, estou sentimental pra caralho.

Segue o jogo.

E aí? Foi nos shows? Tem alguma experiência incrível pra contar dos espetáculos das bandas que você gosta? Fala aí nos comentários! Não deixe de conferir a primeira parte contando como foram os shows do Faith No More e do Deftones.


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