O Violino de Anne Rice

O Violino de Anne Rice

No meu aniversário ganhei esse livro e terminei de ler ele semana passada. Eu não tinha nada de Anne Rice em casa, fiquei feliz em ter a experiência.

Eu li tem muito tempo um pedaço de Entrevista com Um Vampiro, conheço melhor o trabalho da Anne pelos filmes que são adaptados de suas obras, o que é uma vergonha, Brasil. Então vou contar um poruco do que achei aqui.

O livro conta a história de Trianna, uma mulher que é casada com um homem rico que tem AIDS. Logo no ínicio a gente se depara com a morte desse marido, e com um comportamento bizarro que se desencadeia nela desde então. No meio de todo esse sofrimento ela conhece um jovem violinista chamado Stefan que sempre está presente em momentos onde a angústia e sofrimento dessa mulher estão no ápice, tocando o seu violino. Só que o moço é um fantasma. De forma muito brusca Trianna rouba o violino de Stefan e a loucura vai tão longe que a história, que começa em New Orleans, acaba no Brasil.

O São Sebastião está aqui pq o marido morto escrevia um livro sobre ele.

Parece simples de entender né? Mas não é tanto assim. Anne Rice escreve esse livro como se a mente pertubada de Trianna estivesse narrando as história, ou seja: lembranças desconexas e sentimentos absurdos são mesclados a própria história, junto com diálogos. É muito surtado, sério. As vezes fica difícil de entender e de ter paciencia pra mergulhar dentro de todas as suas lembranças, que começam a ser descritas do nada no meio de alguma “cena”, principalmente porque ela é MUITO repetitiva. Como todo mundo que sofre, principalmente pela morte e pela culpa, pensar nisso é recorrente. Deu pra entender né?

A coisa fica um pouco mais absurda quando Stefan leva Trianna para conhecer toda a história do seu passado. Eles viajam no tempo e ela descreve os sentimentos do que ela vê no passado (a vida de Stefan e de como ele se tornou um espectro tão real), do que ela sente no presente com ele ao lado, do que ela sente e de suas memórias. Loucura, mas como eu te disse, ela estava absolutamente louca. As vezes é bem chato de acompanhar, mas a relação mórbidamente romantica e cheia de dependencia que os protagonistas tem consegue envolver em alguns momentos.

Uma coisa muito interessante nesse livro é a ligação profunda que ele tem com a música clássica, apesar de ser enfadonho quando as estrelas do erudito como Mozart e Bethoveen aparecem na obra como pessoas do cotidiano de Stefan. Eu me irrito assim como me irritei no terceiro livro do de Turno da Noite do André Vianco, que não sabe juntar passado e presente de uma forma muito convincente. O legal mesmo é a descrição de como a música é sentida. Mesmo sem conhecer as obras, dá pra imaginar perfeitamente como é.

O final é bem decepcionante. Você está embalado numa expectativa de que algo gigante aconteça, mas parece fim de livro do Paulo Coelho. Bem fraco.

Acho que vale a pena ler por ser um livro diferente. Mas não deve ser nem de longe um dos melhores da Anne Rice.


1 thought on “O Violino de Anne Rice”

  • Eu ando tão crítico com relação aos autores do gênero fantástico, que vou passar longe desse livro aí. Até porque eu adorei os seus comentários. Eu acho que muitos autores contemporâneos tem ideias fodásticas, mas na hora de escrever, deixam muito a desejar. Foi a sensação que eu tive quando li André Vianco, por exemplo (ele deixa a impressão que escreve com pressa). Nessas horas, dá vontade de voltar correndo pro Neil Gaiman e pro Poe… Beijos!

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