Explodindo Timpanos – The Pretty Reckless e um desabafo sobre adolescentes de hoje

Explodindo Timpanos – The Pretty Reckless e um desabafo sobre adolescentes de hoje

Ultimamente eu andava meio preocupada. A juventude tá meio esquisita, e olha que a velha aqui tem 21 anos. Pode ser isso, pode ser que o fato de estar tricotando com modo *FREAK* esteja envelhecendo os últimos neurônios saudáveis da minha cabeça.

The Pretty Reckless

Antes de falar da banda, eu tenho algumas considerações.

Mas uma coisa é fato: já tem uns 10 anos que os adolescentes andam trilhando uns caminhos meio fracos. Em primeiro lugar, a revolta da galera de 15 anos praticamente desapareceu. Nem depressão? Sou team depressão, era trevosinha e eu ouvia metal com vocais femininos guótecos, e um pouco de new metal. Acho uma merda, pois perdi muita coisa deliciosa que estava acontecendo ao mesmo tempo. Mas por outro lado já fazia mais sentido pra mim, eu vivia aquilo tudo com uma grande revolta adolescente, e sinceramente acho isso muito divertido e me fez hoje ser alguém com um ponto de vista diferenciado de tudo, amém.

Aí, hoje em dia, e até mesmo no alto dos meus 15 anos, eu via coisas como pessoas com franjas na cara e cabelos que pareciam uma grande explosão atômica em Hiroshima (cogumelo se você não pegou a piada), querendo abraços e se vestindo como o Beetlejuice de forma moderninha. Até aí, eu tinha um amigo muito querido que se vestia assim, mas ele alegava que era só pra pegar mulher, já que era HYPE. PIOR QUE ERA MESMO. Funcionava muito bem o.O Eu presenciei algumas cenas que me deixaram embasbacada. Hoje em dia não tem nem sombra do que ele era nessa época nas suas roupas e no que ele faz.

Mas no contexto todo era basicamente isso: eu não via mais quase pessoas que procuravam se expressar de forma genuina sobre o que sentiam, o que eu via era uma vibe meio hippie as avessas: vamos mascarar de amor a realidade que é ruim demais, só que ouvindo emocore e cortando os pulsos pra chamar a atenção da mamãe dessa vez. Por isso que eu gosto do que o The Doors representava na sua época: um tapa na cara da ilusão.

Na minha adolescência (5 ou 6 anos atrás) as letras mediocres e as bandinhas pseudo rock melado começaram a invadir os rádios com a sua melação de cueca. Haters de montes apareceram, e enfim, o emocore e os emos foram rotulados e banhados por uma escrotização tão grande que passou a ser ofensa ser chamado de emo.

Quando a gente imagina que já havia passado pelo pior aparecem essas bandinhas coloridas. QUE? CARAI@@@@! TRAGAM O METAL DOS ANOS 80 DE VOLTA!

Eu nem vou me estender muito. Veja tudo o que o Felipe Neto disse no videolog dele, é basicamente o que eu penso. Espero só que um dia essas pessoas possam gostar de hardcore de verdade da NYHC e metal da Bay Area. É o melhor que posso (e devo) desejar.

Aí esse final de semana, no meio de um freela, li em algum lugar “The Pretty Reckless é foda”. Como a minha coisa linda @paularobertarm vive falando dessa banda e está viciada resolvi perguntar do que se tratava. A melhor surpresa de todos os dias musicais desse ano.

Antes de tudo veja o clipe.

Você pode ter achado normal, e tudo mais. Mas sabe quantos anos essa mocinha do vídeo tem? 16. E eu, que não acompanho Gossip Girl, não sabia que ela era uma das atrizes da série.

Ela é a Taylor Momsen, 16, ícone fashionista do rock pras adolescentes que assistem o seriado Gossip Girl, linda, loira e magra. A cara da rebeldia rica: blasé e cheia de revolta. Só que além de atriz a menina canta UM BOCADO. Fiquei assustada com a potência da voz, chocada assim por dizer. Além disso tem uma banda (Ben Phillips, Mark Damone, Jamie Perkins) que a suporta com gente que sabe o que está fazendo e que provavelmente acredita nela, seja financeiramente ou seja musicalmente falando.

Não que seja algo revolucionario: o diferencial dela está no resgate da atitude rock, na inspiração vinda no punk. E são de pessoas como ela que o rock precisa pra ser uma crescente e revolucionaria constante, cada qual em sua época. Digo isso porque parece que essa pegada morreu já faz tempo, e a gente anda comendo as migalhas do passado há anos. Não é justo! Vamos incentivar sempre bandas com pessoas novinhas como ela a seguirem esse caminho. Tudo bem que ainda tem algo muito menininha, muito pop, muito Courtney Love. Mas já é alguma coisa.

E aí que eu te digo: nós podemos prestar atenção mais nela e na banda The Pretty Reckless do que na banda Restart e na banda Cine? Nem cito as bandas de lá de fora do mesmo estilo porque eu não conheço (e nem quero). Pra pensar no que você quer pro seu futuro, meu amigo. Quam vai ter que aguentar o filho fluorescente e mais iludido em alegria do que macaco segurando uma banana de porcelana em casa é você.

ps. Make Me Wanna Die está na trilha sonora oficial de Kick Ass 😀
ps2. Taylor Momsen é odiada por MUITOS fãs de Gossip Girl. ADORO. Não falei que tinha algo meio Courtney Love nela?


9 thoughts on “Explodindo Timpanos – The Pretty Reckless e um desabafo sobre adolescentes de hoje”

  • Fico muito feliz em ter participado dessa sua descoberta laris…The Pretty Reckless é mtu foda.. eu ouvi make me wanna die 5487877 vezes e posso dizer que fico com a esperança de que a juventude volte a ouvir músicas boas e não essas bichisses de Justin Fuckin bieber e a puta falta de sacanagem do restart. Sinto falta de ver coturnos na rua..juro que essa coloração de calçados e roupas me assusta. Eu sou a favor da camisa xadrez e do allstar…da coisa dark…e da coisa grunge de ser. E agora posso ter esperança de ouvir rock novo e bom ainda? ou devo ficar contente por ter acesso musical aos 70's 80's e 90's?
    Eu já nem sei mais o q to falando..mas acho que é isso =]

  • Curti muito Lari.
    Concordo com você.
    O movimento Rock'n Roll anda muito fraco mesmo, mas tenho a consciência limpa de que fiz minha parte, e hoje, ter 80gb no HD de músicas, é reflexo de tudo isso.
    Uma cultura que começou com Iron Maiden e Angra, e teve seus altos e baixos, desde um White Metal, até um Extreme Brutal Death Metal.

    Até hoje, cultivo ainda uma boa parte do meu lado metaleiro de ser, e sempre que não estou precisando me submeter às máscaras impostas pela sociedade em que vivemos, saio na rua de sobretudo preto, camiseta do Justiceiro e coturno.
    Valeu o post.

    Guiga Hollweg

  • O melhor é eu saber do teu amigo pseudo-emo e suas peripécias xD
    Siim, eu leio o teu blog constantemente =D
    E por incrível que pareça comecei a ouvir o The Pretty Reckless ontem e é realmente isso que você falou, meio pop rebelde a lá Courtney Love, o que é bem válido!
    A menina arregaça no vocal!

    Aaah aquela tua fase trevosa, junto com a minha fase cabeludo nervoso from hell, bons tempos. Tempos realmente divertidos e que definitivamente formaram o que nós somos, não só pelo conteúdo que íamos atrás, mas bem como toda a cultura e conhecimentos e nerdisses que conseguimos =D

    Ótimo Post Lari, parabéns!

    Michel

  • Larissa:
    A Maria e eu estamos aqui numa grande discussão.
    Ela acha que não é a aparência que vai mostrar a atitude e sim a atitude em si. ela acha que a gurizada de hoje tem vez e voz, mas Por que lutar? Eu acho que atualmente, a maioria rendeu-se ao dinheiro, à prata, ao status, ao comodismo. Mesmo assim, acredito que se deva lutar, ou Quixote estava errado. E olha que os moinhos eram grandes…Banda boa? Não pergunte à veteranos como nós que banda é boa. Só duas palavrinhas: Iron Maiden.
    Beijos
    P.S. E o lance de posar nua?

  • Ahh eu adoro The Pretty Reckless, e adoro a Taylor Momsen, e a personagem dela em Gossip Girl haha.
    Eu conheci a banda através do seriado. Eu acompanho o seriado, e sempre achei muito foda o estilo da Jenny (a personagem da Taylor Monsem), ela é toda fashionista rocker na série, como você disse.
    Quando a última temporada acabou, ouvi boatos de que ela ia sair da série, ae fui procurar saber mais sobre ela, e acabei descobrindo o site da banda.
    Adorei Make me Wanna Die, e fiquei caçando mais material da banda pra baixar. Infelizmente, consegui pouca coisa, porque a banda é nova e tals, achei mais umas péssimas gravações ao vivo hehe.
    Mas mesmo assim deu pra ver que a voz da Taylor é íncrivel. E também adorei essa rebeldia e atitude meio punk meio Courtney Love dela.
    Minha adolescência foi trevosa também (até hoje eu sou um pouco hehe), e sinto falta também da atitude nos adolescentes.
    Essas coisas coloridas e felizes de hoje em dia me enojam, é muito teletubies pro meu gosto haha

    Ótimo post!
    Bjs

  • Oi Larissa 🙂 muito tempo que não te vejo.
    a Andressa me passou seu blog pra eu dar uma olhada e gostei bastante e eu adorei esse post!
    concordo muito com você, acho que ter a fase "revolts" é importante pro amadurecimento.
    e fiquei feliz de ver TPR aqui, eu adoro demais essa banda, é realmente muito boa adoro a Taylor, ela canta pra caralho!
    se bem que eu não suporto ela no seriado UIHFDGPAISHGPSD.

    beijos :*

  • "ou team depressão, era trevosinha e eu ouvia metal com vocais femininos guótecos, e um pouco de new metal. Acho uma merda, pois perdi muita coisa deliciosa que estava acontecendo ao mesmo tempo. Mas por outro lado já fazia mais sentido pra mim, eu vivia aquilo tudo com uma grande revolta adolescente, e sinceramente acho isso muito divertido e me fez hoje ser alguém com um ponto de vista diferenciado de tudo, amém."

    ————-

    hauahauahau

    eu já vestia minha camisa do avesso… sério!!!

    e ia pra cidade e escola

    até hoje eu não sei porque eu fazia isso…hauahauahua

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