Hemorragia Auditiva — Parte 5

Hoje tem iamamiwhoami, Russian Circles e ARO na lista de músicas que saíram do fundo do rim.

Se tem uma coisa que eu adoro é música que vem lá do fundo do rim. Sim, do rim, e de preferência aquele rim que tá cheio de pedras e oferece boa cólicas renais para o dono. Sabe aquela música que quando foi escrita colocaram aquele sentimento entalado na garganta todo na fórmula? Eu tenho a leve impressão que eu estou sempre nessas músicas mais do fundo do pâncreas. A seleção de hoje apareceu muito naturalmente, tanto entre as surpresas da playlist do Rdio quanto por lançamentos recentes.

iamamiwhoami — the deadlock

Quem me conhece a mais tempo sabe que eu sempre fui alucinada poriamamiwhoami desde 2010. Esse projeto é da Suécia e ganhou uma gande repercussão na internet no início por esconder completamente a identidade dos integrantes e ser muito enigmático nas músicas, nos vídeos e na forma viral de divulgação. Um grande Carmem San Diego meets Björk. Hoje, três discos e uma turnê depois, o projeto já foi assumido pela Jonna Lee e o Claes Björklund, mas nem por isso deixa de ser surpreendente. Semana passada a banda fez um broadcast de um show ao vivo com projeções relacionadas ao último álbum audiovisual, o Blue, e também com participações via fotos e vídeos dos fãs que você pode ver nesse link.

No setlist do show eles lançaram a inédita the deadlock, uma música LINDA, cheia de angústia e de perguntas a serem respondidas. Existem algumas afirmações de que esta música deve ser uma sobra entre as fases de bounty ekin, os dois projetos anteriores da banda. Deve ser or isso que eu gosto tanto, já que é o período mais prolífico e que mais me atraí na banda.


Russian Circles — Memorial

Eu vi essa banda classificada como Post Rock, mas acho muito pouco pra definir Russian Circles. Essa banda é um verdadeiro passeio entre todas as coisas que eu mais gosto na música: além do post rock, o flerte com o black metal e psicodelia é pesado. A banda que, apesar da referência do nome, é americana, já vem de uma longa estrada e vários cds.

Memorial, o cd mais recente da banda, foi lançado em 2013 e é uma coisa enlouquecedora. Tem alguma coisa na bateria dessa banda que me tira do eixo, algumas liberdades poéticas que quebram o ritmo e truques com as baquetas são completamente inesperados. A atmosfera das músicas é tão deliciosa que o disco acaba rápido demais, dá vontade de ficar repetindo um milhão de vezes.

Apesar de ser praticamente instrumental, a canção título do CD é maravilhosa e conta com a participação da belíssima voz da Chelsea Wolfe, vizinha da banda na gravadora Sargent Records. Vale a pena escutar.


ARO — Raining Gold

Muita gente não sabe, mas o Ozzy Osbourne tem uma outra filha além da Kelly, chamada Aimée. E ela resolveu se revelar ao mundo apenas agora, aos 33 anos de idade, em seu projeto de dark triphop pós apocalíptico ARO. Ainda é tudo muito cru e inexperiente, mas real e muito intimista. Existe um talento inegável na moça, que também lançou esse clipe em plano sequência bem violento pra acompanhar o clima de fim de mundo da música.

Acho muito interessante como a imagem dela é algo totalmente secundário em todo o trabalho, e ela é uma moça linda. Realmente nascer sob os holofotes e rejeita-los pode ter afetado o ponto de vista da Aimée como pessoa e como artista, mas isso traz um pouco de renovação numa sociedade completamente egocêntrica. Vamos ver se ela se mantém assim. No mais, estou aqui totalmente de olho e aguardando mais músicas.


Espero que os senhores aproveitem as dicas do dia de hoje, que tem um monte de voz feminina, tava faltando isso por aqui, né? Até a próxima!


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