Salt e o poder feminino no cinema de ação
O cinema badass já tem bastante personalidade quando nos referimos a filmes de ação. Desde que o cinema é cinema a ação está presente em variadas formas, mas não como a partir dos anos 80. 30 anos atrás nós tivemos uma explosão de testosterona aliada a tecnologia cada vez mais sofisticada e que possibilitava novas condições e situações pra impressionar o espectador nas salas de cinema e no sofá.
Eu não vou fazer a culta de cinema, ainda não vi muitos dos filmes que eu deveria ver, mas é meio obvio de que desde que vou as salas do Cinemark e do Playarte no mínimo duas vezes por mês é fácil notar que a figura simbólica do cinema de ação é o protagonista masculino. Esse homem tem diversas faces: o machão forte, o cara esperto, o sangue ruim, entre outros. É normal e mais fácil de associar, já que a mulher sempre tem os seus picos emocionais e hormonais, considerada instável demais pra agir com a frieza necessária.
Porém, nesses últimos tempos os filmes andam mostrando um female power no papel principal dos filmes, talvez pra dar um ar fresco as produções. A testosterona andou em baixa por muito tempo. Resident Evil (essa franquia safada e que não honra a o game) foi um dos primeiros exemplos que veio na minha cabeça. Assim como o Planeta Terror e o A Prova de Morte, filmes do espetáculo Trantinesco Grindhouse, são ótimos exemplos de mulheres fodonas no papel principal.
O caso de Salt é especial pelo contexto da concepção do roteiro. Todo mundo sabe que o filme foi escrito originalmente para um homem (que deveria ser Tom Cruise) e que quase foi engavetado pela falta de interesse dos estúdios de Hollywood. Mas a vida real deu uma força com os recentes casos de espionagem envolvendos mocinhas da Europa Ocidental e Rússia com rostos angelicais.
Finalmente temos Angelina Jolie protagonizando o filme e um roteiro todo adaptado para uma mulher, e talvez seja aí que esteja o problema e a salvação de Salt. Engraçado como isso pode ter arruinado e salvo o filme ao mesmo tempo. Se Salt fosse um filme protagonizado por Tom Cruise talvez seria somente mais um filme de ação facilmente esquecível. Por outro lado, se o Salt não fosse uma mulher o roteiro talvez não fosse tão aberto na hora de explicar algumas coisas.
Evelyn Salt é uma agente da CIA enfrentando acusações de ser uma espiã sovietica e de fazer parte de um grande plano para reacender a Guerra Fria. Todo o filme vemos Salt escapando dos americanos, completando suas missões e passando por grandes desafios em sua vida privada. Sua identidade é colocada a prova o tempo tempo todo, até no desfecho.
Salt deve ser apreciado pelo esforço e a ótima interpretação de Angelina no papel de Evelyn. Ela dispensou dublês e conquistou meu respeito em cenas de grande esforço físico. Aliás, se somarmos isso a promoção intensa de Salt lá fora, com viagens ao Japão, Rússia e outros países distantes, é muito simples entender porque uma das minhas musas inspiradoras está tão magra.
No filme eu pude ver referências escancaradas a Matrix, como a clássica cena da avenida, e a Jason Bourne, só que menos feliz em genialidade. Salt entra pra imensa lista de filmes de 2010 para apreciar como diversão, e somente diversão. As cenas de ação são empolgantes por estar ali uma mulher de aparência frágil e completamente invencível na sua fome por vingança. E só. O resto do elenco quase passa batido, a não ser o moço que fez o Dente de Sabre em X-Men Origins: Wolverine e seu personagem no final.
Sem falar que eu só consegui ver dublado.
Chega logo Inception!
Se você se divertiu, tá valendo!! E curti a Jolie com esse cabelão…
Ahhhh Salt é demais, adorei… ainda mais pq tinha a Angelina que anda se mantendo no top top hollywoodiano! Em termos de ação: perfect!