O Livro de Eli – Uma mensagem de fé pós apocalíptica

Não sou do tipo que se comove fácil com pessoas que são obstinadas com algo relacionado a fé em geral, já tive experiências substânciais pra saber que a verdadeira felicidade você só encontra quando é livre. Mas, por incrível que pareça, me surpreendi com o que vi ontem na tela do cinema. Achei bonito.

A película conta a saga de um homem chamado Eli, que tem como missão de vida atravessar o Estados Unidos sozinho num mundo devastado por uma guerra e por uma catastrofe solar. Tudo isso por um livro que vale muito, mas que inicialmente a gente não tem a menor idéia do que é. As coisas, entretanto, fogem um pouco do esperado por ele quando passa por uma colônia de sobreviventes do apocalipse e encontra pessoas que tem interesses similares aos dele, mas com propósitos diferentes.

Denzel Washington e Mila Kunis formam a dupla que protagoniza o filme, com uma sintonia absurdamente boa pra um par improvável e principalmente pra uma atriz que não tem um bom nível de atuação. Não se trata de amor, não se trata de amizade, é um sentimento indefinido movido por fé. Aliás, o filme todo parece ter sido movimentado por uma fé muito grande de quem o fez. Vale ressaltar que tem Malcolm McDowell no filme fazendo as caras do Albert Einstein.

O Livro de Eli é um filme com os sentidos apurados: sua fotografia é bem peculiar, com baixa saturação e muitos tons mais mortos como cinza e o bege do solo desértico predominante nas paisagens. A trilha sonora também passa uma sensação de nostalgia dos anos 80, me lembrando Blade Runner e Uma Odisséia no Espaço. Sabe aquele sintetizador que provoca um clima de suspense futurista? Esse mesmo.

Além de tudo nós somos presenteados com uma doce, porém pequena quantidade de humor negro bem sutil, além de cenas de luta e violência serem bem interessantes e tensas. Vale um highlight aqui, tem cenas de faroeste nesse filme, achei DEMAIS inserir coisas desse estilo no contexto, nunca vi nada assim antes. Só que não dá pra não notar que tem alguns furos de roteiro e em gráficos do cenário que não foram muito bem executados. Mas você até esquece desse detalhe quando se dá conta do desfecho.

Cheguei no Inferno e ninguém me contou. RISOS.

Aliás, o desfecho desse filme é algo que tenho certeza que deve dividir muitas opiniões: deve ter gente que achou sensacional e deve ter gente que achou WHAT THE FUCK. Eu gostei, principalmente por pensar que o quesito fé fez com que muitas coisas do filme acontecessem. A fé moveu montanhas ali, de fato. Olhando por esse lado, nada é impossível, então tudo faz um pouco mais de sentido.

É uma mensagem de fe bem interessante pros dias de hoje, até mesmo pra quem não acredita em nada.


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