John Wick – violência, luxúria e vingança
John Wick é um dos destaques mais recentes do Netflix, e não estranho que muita gente que eu conheço esteja comentando sobre o filme. Com Keanu Reeves, o nosso eterno Neo de Matrix, no papel principal, é inevitável pensar que veremos algo em comum com o personagem da mitológica franquia.
O filme, que em português recebeu a duvidosa tradução do título de De Volta ao Jogo, conta a história de um homem que acaba de perder sua mulher e aparentemente não vê muito mais sentido na vida. Mas isso deixa de acontecer quando ele é ser presenteado postumamente pelo seu amor com um filhote de beagle, que lhe devolve a motivação para viver.
Apaixonado pelo seu carro, fonte de adrenalina e catarse em meio ao sofrimento, e seu cachorro, John Wick é surpreendido por uma gangue que promove uma nova tragédia pessoal, forçando-o a retornar a antiga vida que tinha antes de conhecer a sua esposa em busca de vingança e redenção.
A parte mais interessante e, ao mesmo tempo, duvidosa de John Wick é como a história é contada. Toda a parte mais vulnerável do protagonista que está no seu passado é contada em flashes, deixando a maior parte do espaço para a pancadaria e violência guilty pleasure. Tudo isso com direito a muito alívio cômico sobre o dia-a-dia complicado de uma pessoa que tem que resolver seus problemas ao matar outras pessoas.
Apesar de entender que a questão não é humanizar demais o sofrimento do John Wick, afinal de contas que sentido faria isso em um homem com resistência, foco e habilidades quase sobre humanas, deixar a violência pela violência não me apetece mais como entretenimento. É só mais do mesmo, inclusive falo um pouco sobre isso nesse resenha sobre o controverso filme A Bruxa.
O filme, que está longe de ser algo crível, é um puro entretenimento visual de violência e luxúria, boa parte ambientado no hotel Continental. O Hotel, que é um palácio de uma sociedade secreta de assassinos, é palco e parte vital de toda a perseguição que acontece na história. Posso dizer, inclusive, que o hotel é quase um personagem, já que sua atmosfera de perdição e seus esconderijos fazem parte de uma parte fundamental do entendimento que temos do universo do personagem.
Cenários lindíssimos e pecaminosos, iluminados com suas luzes de boate e cheios de pessoas de procedência questionável, me lembraram muito o filme Constantine, em que o Keanu Reeves também é protagonista. Achei que veria muito Matrix mas acabei esbarrando em outro item do currículo do ator se repetindo aqui. Não que eu ache ruim, eu particularmente adoro esses infernos urbanos que se esconde da superfície de asfalto. Aliás, para combinar com tudo, um outro ponto alto do filme é a trilha sonora, que dá uma cara de videoclipe inigualável as cenas de ação, dirigidas com uma orquestração deliciosa de acordo com a música.
Todo o elenco também dá um show de violência, seja em pressão psicológica ou nas atuações coreografadas da luta. Entretenimento puro para os olhos. Além disso os diálogos são tão épicos que chegam a ser meio caricatas, mas isso só torna tudo ainda mais divertido.
John Wick é um filme pra você que busca um filme pra se divertir em todos os sentidos, sem lá muitas questões filosóficas envolvidas. O sucesso foi considerável, já que estão rodando o segundo filme e transformando o personagem em uma franquia que certamente será um caça níquel de sucesso nas bilheterias.
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